Amuletos e Talismãs
Talismãs são objectos consagrados que de acordo com a crença, possuem poderes ocultos de protecção, harmonia, energia… São geralmente, colares, pedras, itens de valor pessoal ou sentimental, pentagramas e cruzes, entre outros símbolos religiosos, ideológicos ou pagãos.
O escritor latino Plínio (23-79 d.C.) é reconhecido como sendo a primeira pessoa a usar a palavra “amuletum”. Há milhares de anos que os amuletos e os talismãs caminharam lado a lado como irmãos gémeos sem saber quem foi o primeiro a nascer. Sendo lógicos, em primeiro lugar surgiu o amuleto. O homem primitivo, o primeiro que viu a luz do sol, não sabia ler nem escrever, desconhecia as antigas escrituras, e não sabia interpretar os hieróglifos ou recitar os Salmos. Por essa razão, deve ter dirigido aos deuses orações específicas, lamentos, contos, choros e invocações da sua invenção para que as entidades do céu o mantivessem com boa saúde durante a vida quotidiana. O amuleto, de natureza negativa, representa o “encantamento passivo” designado para proteger contra o mal e pode ser de diversos materiais, tais como metal, pedra, madeira ou marfim. Todas estas autodefesas nasceram da inteligência humana.
O descobrimento do bronze, do ferro, da argila, o uso dos ossos, cornos, etc, permitiu elaborar uma vasta gama de amuletos pré históricos em forma de rodas, martelos ou discos. O império dos amuletos cresceu com o conhecimento das pedras preciosas, melais nobres e plantas medicinais.
A partir da Idade Média, feiticeiros, astrólogos, ocultistas e estudiosos deram uma grande importância a esta ciência, a ponto de nela incluírem também os amuletos como escudo protector da vida do homem. Um feiticeiro conhecedor das ciências ocultas podia converter qualquer objecto num verdadeiro talismã ou um amuleto em talismã, desde que este gozasse de uns rigorosos requisitos. Os talismãs representavam-se como figuras simbólicas rodeadas de hieróglifos, selos esotéricos, palavras mágicas e selos cabalísticos, escritos em árabe, hebraico, grego ou latim. A preparação de talismãs em pergaminho ou papel vegetal foi abundante para aqueles que acreditavam nas ajudas dos Astros.
Ricardo Plank, médico empírico do século XX, escreveu sobre os talismãs dizendo que são “o escapulário” onde se depositam a oração, a alma, a fé, a vontade e o desejo de êxito. De maneira que, estando encerradas num objecto bendito e magnetizado, de uma energia misteriosa mas existente, não acrescentavam nada mais do que a fé existente no homem que o leva a alcançar um caminho de boas venturas. Seguindo este critério, o conhecimento consiste em acreditar naquilo que se faz. A força é a base fundamental para chegar ao sucesso.
O talismã, de natureza positiva, deve ser preparado no momento planetário favorável, ritualizado pelas orações e salmos correspondentes usando palavras de poderosas qualidades magnéticas que atraem cada vez mais a boa sorte. O talismã é um reforçador espiritual que actua a favor da psique. Perseverança, estudos e esforços fizeram avançar rapidamente o uso dos talismãs, que se estendeu a todas as classes sociais, desde a Catarina de Médici ao mais humilde camponês. Não existe mente incapaz de dominar quando se sabe como o fazer.
A superstição aumenta a fé nos amuletos, já que estes provêm de práticas e costumes de gerações de povos e comunidades diferentes. A união dos povos, a emigração e a informação, permitiu à inteligência humana descobrir propriedades magnéticas, térmicas e curativas contidas nas pedras preciosas. A Cultura, a tradição, o ritual, a superstição e a fé, foram acumulando à nossa volta uma série de objectos aos quais não prestamos qualquer atenção. O “maná” ê a força energética que reside em cada objecto e que tem o poder mágico de ser intensificado por meio de rituais e orações. A nossa própria energia é uma atracção energética simpática que ajuda a reforçar o desejado.
Nenhum objecto deve ser transportado se não se ama. A fé nas emanações energéticas de quem possui um talismã vale mais do que uma mina de ouro. O poder de um talismã é a autogestão activa da mente, o alimento necessário para estimular a acção, e os rituais são os elementos básicos dirigidos a Deus para obter a protecção divina.