Maria Madalena, de prostituta a esposa [c/ Video]
Viaja entre prostituta a esposa num piscar de olhos! O livro/filme Código de Da Vinci trouxe a público uma ‘teoria’ antiga… será que Maria Madalena era a pecadora ou seria ela outra figura bem mais profunda?
Na era da informação a ignorância é uma escolha e para aqueles que pretendem saber mais decidi presentear-vos com este pequeno artigo elucidativo que acompanha o vídeo exclusivo do nosso Canal Portugal Místico, na rubrica “Tu Perguntas, Eu Respondo”.
Maria Madalena
(Μαρία ἡ Μαγδαληνή)
Descrita no Novo Testamento como uma das seguidoras mais dedicadas de Jesus Cristo. É considerada santa pelas diversas denominações cristãs e sua festa é celebrada no dia 22 de Julho. “Madalena” não era o seu sobrenome, como popularmente se acredita. No seu tempo de vida o conceito de “sobrenome” não existia entre o povo judeu. O nome Madalena na realidade é um adjectivo que a descreve como sendo natural de Magdala, cidade localizada na costa ocidental do Mar da Galileia.
Ela acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias. (Lucas 8:2; Lucas 11:26; Marcos 16:9). Esteve presente na crucificação e no funeral de Cristo, juntamente com Maria de Nazaré e outras mulheres (Mateus 27:56; Marcos 15:40; Lucas 23:49; João 19:25). Após o por do sol do dia sagrado judaico, o sábado, quando este findava, segundo o costume bíblico, ela comprou certos perfumes a fim de preparar o corpo de Cristo da forma como era de costume. Permanecera na cidade durante todo o sábado, e no dia seguinte, de manhã muito cedo, “quando ainda estava escuro”, foi ao sepulcro. Maria estava da parte de fora, a chorar, debruçou-se para dentro do túmulo e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés e depois falou com Jesus ressuscitado. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: “Vi o Senhor!” E contou o que Ele lhe tinha dito (João 20:18; Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-11; Lucas 24:1-10; João 20:1-2).
Nada mais se sabe sobre ela a partir da leitura dos evangelhos canónicos.
A história, contada em romances populares ou filmes campeões de bilheteira, já é familiar para muita gente. Numa das conspirações mais bem-sucedidas da história, a Igreja Católica conseguiu ocultar a verdade sobre a vida amorosa de Jesus Cristo. Como qualquer bom judeu de sua época, o Nazareno teria sido casado, e a esposa dele seria ninguém menos do que Maria Madalena, sua discípula mais famosa e aquela que mais dinheiro doou à causa chegando a alimentar todos os discípulos dias a fio. Ele foi crucificado quando Madalena estava grávida, mas alegadamente a mulher de Jesus conseguiu escapar para o sul da França, onde deu à luz uma menina. O verdadeiro Santo Graal não seria, então, um cálice no qual foi recolhido o precioso sangue de Cristo, como dizem as lendas do rei Arthur, mas sim o ventre de Madalena. E os descendentes do casal virariam uma linhagem sagrada, dando origem a uma dinastia de reis da França medieval. Pistas disso estão espalhadas pelos Evangelhos apócrifos, que a Igreja suprimiu quando se tornou a instituição religiosa dominante do Império Romano… mas foram encontrados!
Fantástica história romanceada por Dan Brown, autor de O Código Da Vinci, que já facturou milhões ao investigar e desenvolver toda esta trama. Mas na Bíblia é diferente: Maria Madalena é basicamente uma seguidora de Jesus que testemunha a crucificação. Nada ali indica um relacionamento com Cristo – muito menos que ela fosse prostituta; essa é só uma lenda que pegou e deu imenso jeito ao catolicismo. Por outro lado, nos apócrifos, o retrato dela muda. Vários desses textos retratam Madalena como alguém que tinha uma posição especial entre os primeiros discípulos, uma mulher sábia que tinha um relacionamento próximo com o mestre e é mencionado várias vezes o suposto matrimónio, vida a dois e o ciúme exagerado de Pedro em relação a ela na preferência do Messias.
O primeiro exemplo interessante sobre o papel de Madalena está no Evangelho de Tomé, texto apócrifo, onde quem coloca a discípula no centro de discussão é o apóstolo Pedro, com uma frase que, no mundo moderno, certamente deixaria muita gente horrorizada pelo machismo embutido nela: “Simão Pedro disse a eles: ‘Maria tem de nos deixar, pois as mulheres não são dignas de viver”.
O Evangelho de Filipe fala de Madalena duas vezes. Na primeira, o evangelista menciona as várias “Marias” importantes para a biografia de Jesus. “Três mulheres sempre caminhavam com o Senhor: Maria, sua mãe, sua irmã [na verdade, em copta, o texto fala em “irmã dela”, mas parece ter sido um erro do copista], e Maria de Magdala, que é chamada de sua companheira. Pois Maria ”é o nome de sua irmã, de sua mãe e de sua companheira”, diz o texto.
A outra passagem do Evangelho de Filipe é mais comprida e traz mais informações, mas por outro lado é ainda mais misteriosa, a começar pelo fato de que o texto possui lacunas, que os tradutores costumam preencher com conjecturas. Essas lacunas estão indicadas na citação a seguir com colchetes, como é o costume entre os especialistas. Se a lacuna for maior do que uma ou duas palavras, é representada com reticências.
“A Sabedoria, que é chamada de estéril, é a mãe dos anjos. A companheira do [Salvador] é Maria de Magdala. O [Salvador amava-]a mais do que [todos] os discípulos, [e ele] a beijava com frequência na sua [boca]. Os outros [discípulos]… disseram a ele: ‘Por que a amas mais do que a todos nós?”.