Mitos da Origem dos Signos II

Os signos do zodíaco ocidental possuem uma origem que se perdeu no tempo e nas eras idas. Todavia, muitos autores discutem, debatem e comentam os vários mitos da origem de cada um destes 12 signos da astrologia dita ocidental.
Neste artigo podemos ver os mitos mais considerados sobre os restantes seis signos: Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes.
Balança (Libra)
Este é o signo com mais discussão sobre o seu mito primordial e com menos conclusões, sabe-se que é certo a constelação se formar a partir das tenazes do Escorpião.
Em alguns monumentos pré-históricos não há referências a Librae assim parece que a separação em duas constelações ocorreu durante a era romana, quando os pratos foram devotados à Balança.
Começou a constar do calendário depois de sua instituição por César para marcar o equinócio de outono, a Balança passa a ser símbolo de justiça e equilíbrio, pois indica a época em que o dia é igual à noite.
Escorpião
O mito vem da Babilônia e refere-se ao escorpião que a deusa da Lua, Ártemis, enviou para matar Órion. Os dois lutam e Zeus, para transformar o ocorrido em lição de moral, transforma-os em constelações, como lembrete para os seres humanos controlarem a tendência a irem além de sua possibilidade e ao mesmo tempo para mostrar o seu poder e a sua força. Quando Órion surge no céu, o escorpião está abaixo do horizonte. Quando este ascende Órion, morre, pondo-se sob a terra.
Outra versão explica que Ártemis quis matar Órion – usando um escorpião – porque aquele perseguia as virgens Plêiades, que ela quis proteger.
A estrela vermelha Antares – anti Ares, contra Ares, deus grego da guerra – está associada com esta constelação. Desde tempos imemoriais, Ares, ou Marte, é o regente do signo do escorpião.
Sagitário
Uma das versões associa a imagem do centauro Quíron, mestre de muitos heróis, ao signo e à constelação.
Quíron era um curandeiro entendido nas artes das ervas medicinais, além de músico e filósofo. Ensinou Aquiles, Jasão, entre outros. Imortal, andava nos bandos de centauros – metade-homens, metade-animais, que gostavam de festas, bebida e tinham um desejo sexual esfuziante. Um dia, recebendo a visita de Héracles, após tomarem vinho, os centauros vizinhos resolveram lutar e o herói dos 12 trabalhos acabou por disparar uma flecha sem querer na perna de Quíron – a flecha envenenada com o veneno da Hidra de Lerna que impedia a cicatrização. O mestre, que era imortal, procurou por muito tempo curar-se, sem sucesso. Cansado, pediu a Zeus que o deixasse morrer, trocando sua vida pela liberdade de Prometeu, o qual, naquele momento, padecia o castigo de ter seu fígado comido durante o dia por uma águia pelo facto de ter roubado do carro de Apolo o fogo e o ter presenteado à humanidade. Zeus, compadecido do amigo centauro, transformou-o em parte da constelação do Sagitário, libertando também Prometeu.
Capricórnio
Há dois mitos relacionados com a constelação e o signo.
O primeiro refere Pan. Como há muitas gerações de Pan, este teria sido um dos filhos de Zeus com sua ama de leite, a cabra Aigoceros, ou Amaltéia – daí seu nome Egipan, sendo que pan significa “todo”. Nascido com os pés e o chifre de uma cabra, este Pan do mito ligado ao signo inventou a flauta de pastor a partir de uma de suas histórias de amor, que eram muitas. Seu grande amor foi Selene, a Lua. O pequeno deus era escuro, aterrorizante e fálico, e tornava-se maligno quando acordado durante as suas sestas. Este Pan dirigia a dança das ninfas e era o arauto da manhã, de pé, nos cumes das montanhas.
Outra versão atribuída ao signo remonta a relatos mais antigos. Desta feita, numa versão egípcia, Pan estava com outros deuses nas margens do Nilo e surgiu Tífon, inimigo dos deuses. O medo transformou cada um dos deuses em animais e Pan, assustado, que mergulhara num rio disfarçando assim metade de seu corpo, sobrando apenas a cabeça e a parte superior do corpo, que se assemelhava a uma cabra; a parte submersa adotou uma aparência aquática. Zeus considerou este estratagema de Pan muito esperto e, como homenagem, transformou-o em constelação.
Para outros autores, relaciona-se também com a dualidade do deus Janus, de duas faces, homenageado em Janeiro: uma face olha para o futuro; a outra, para o passado.
Aquário
O mito relaciona-se a um outro, antigo e universal, o do dilúvio, no qual quase toda a criação foi destruída pelas águas (sendo reconstituída posteriormente com a ajuda de experiência e conhecimento). Esta destruição seguida de uma reconstituição é a que se relaciona com a constelação. Ganimedes, filho do rei Tros – ou de um pastor, segundo algumas outras fontes -, era muito belo. Zeus, transformado em águia, levou-o até o Olimpo, onde passou a servir aos deuses o néctar que lhes dava a eterna juventude. O que faz com que o Aguadeiro esteja sempre jovem e, ao mesmo tempo, pleno da sabedoria imortal, espalhando entre todos o conhecimento atemporal. São associados à constelação, vasos e ânforas, e também a estrela Pégaso, que representa o cavalo alado (cavalos representam a união da terra com o céu, da matéria com os planos superiores).
Peixes
Já era o 12º signo no zodíaco babilónio antes de os gregos lhe atribuírem mitos olímpicos.
Uma versão fala de uma jovem que Derceto engravidara e que tivera o filho, Ictis, às margens do mar, não querendo assumir as consequências de seu desejo sexual.
Outra versão fala da perseguição de Tífon a Afrodite e Eros. Os dois esconderam-se no oceano e Poseidon, querendo ajudá-los, enviou até eles dois golfinhos, que os levaram para longe, até as margens do Eufrates, na Mesopotâmia. Como recompensa, tornaram-se imortais e foram transformados na constelação. Numa versão semelhante, o contexto da fuga dos dois deuses por causa da perseguição de Tífon coloca em acção o rei Cadmo, de quem se diz ter inventado o alfabeto. Cadmo, vendo todos os deuses fugirem de medo de Tífon, vai ao encontro do monstro com a inteligência e fala da música, que envolve e enfeitiça o inimigo dos deuses. Começa a tocar para Tífon que fica maravilhado e lhe promete como prémios várias deusas do Olimpo. Cadmo no final acaba por ajudar Zeus a se armar novamente – Tífon tinha roubado os seus relâmpagos – e o equilíbrio do mundo retorna com a morte do monstro, que é atirado ao vulcão Etna pelo deus do Olimpo. Alguns autores interpretam esta
relação com música, inteligência, e abalo do mundo com seu posterior ordenamento com as características do próprio signo.