O Sal é divino!
Platão escrevia a certa altura que o sal é uma substância cara aos deuses, e não andaria muito longe da realidade. Desde a Antiguidade que o sal é utilizado pelos homens e é considerado um bem muitíssimo precioso. Consideravam eles que era uma dádiva dos Deuses, e associaram-na tanto à religião, quanto à bruxaria. Para além disso, o seu valor monetário e económico era comparável ao do ouro, da seda e das especiarias.
Mas o que podemos saber sobre o Sal e os seus usos?
O sal marinho é um sal principalmente constituído de cloreto de sódio, obtido por evaporação da água do mar, usado como ingrediente na cozinha, em produtos cosméticos, em produtos energéticos e em várias terapias. O seu conteúdo mineral dá-lhe um sabor diferente daquele do sal de mesa obtido a partir do sal de rocha ou sal-gema.
O sal marinho é extraído pela evaporação da água do mar enquanto o sal de rocha é retirado de minas subterrâneas, resultantes de lagos e mares antigos que secaram. Alguns acreditam que o sal marinho seja uma alternativa mais saudável ao sal refinado, que geralmente contém aditivos como os iodetos (usados como suplemento alimentar) e agentes antiaglomerantes. De todo modo, a ingestão diária de sódio de uma pessoa não deve ultrapassar mais do que 1.800 mg a 2.300 mg.
Sobre o sal…
O sal marinho é um sal principalmente constituído de cloreto de sódio, obtido por evaporação da água do mar, usado como ingrediente na cozinha, em produtos cosméticos, em produtos energéticos e em várias terapias. O seu conteúdo mineral dá-lhe um sabor diferente daquele do sal de mesa obtido a partir do sal de rocha ou sal-gema.
O sal marinho é extraído pela evaporação da água do mar enquanto o sal de rocha é retirado de minas subterrâneas, resultantes de lagos e mares antigos que secaram. Alguns acreditam que o sal marinho seja uma alternativa mais saudável ao sal refinado, que geralmente contém aditivos como os iodetos (usados como suplemento alimentar) e agentes antiaglomerantes. De todo modo, a ingestão diária de sódio de uma pessoa não deve ultrapassar mais do que 1.800 mg a 2.300 mg
O sal em Portugal
Perto da cidade de Aveiro podem ser visitadas as marinhas de Aveiro e, mais concretamente, as salinas tradicionais. Nos dias de hoje estão em produção pouco mais de três dezenas de salinas, estando a profissão de Marnoto (homem que extrai o sal da água) em “vias de extinção”. Curiosamente, a mulher do Marnoto é conhecida por Salineira. Por norma, todas as salinas aveirenses têm o nome da correspondente Salineira.
O sal de Aveiro «é muito mais do que sal». É matéria-prima para alguns produtos de qualidade, em que o primeiro é o sal ecológico produzido de forma tradicional. A «flor do sal», que é o «diamante das salinas», é outro dos produtos retirados da marinha Grã Caravela, a par da salicornia. O sal aveirense é a base do sabão de sal e dos sais de banho que são confeccionados naquela salina, aos quais outros produtos (da cosmética e da higiene corporal) se deverão juntar a curto prazo.
Das Origens do Sal…
Desde a Antiguidade que o sal é utilizado pelos homens e é considerado um bem muitíssimo precioso. Consideravam eles que era uma dádiva dos Deuses, e associaram-na tanto à religião, quanto à bruxaria. Para além disso, o seu valor monetário e económico era comparável ao do ouro, da seda e das especiarias.
A palavra sal vem do vocabulário grego “hals” e “halos”, que tanto significam sal como mar. Da mesma raiz se deriva a palavra “halita”, dada ao Cloreto de Sódio encontrado em depósitos naturais, que é o sal gema.
Na Roma Antiga, a principal via de transporte chamava-se “Via Salaria” ou “estrada do sal”. Era por essa via que chegavam as caravanas que traziam o sal para a capital do Império, era por ela que os centuriões transportavam os cristais preciosos para a cidade. Como pagamento eles recebiam o “salarium”, que significava “dinheiro para comprar sal” e recebiam igualmente umas medidas de sal como pagamento de parte dos seus emolumentos. O sal tinha assim um valor económico como unidade monetária. O uso da palavra “salarium” perdurou ao longo dos tempos, reconhecendo-se o seu nome na raiz etimológica da palavra “salário” (do latim “salariu”, ou “ração de sal”, “soldo”).
Desde 2000 aC. que o sal é usado como forma de preservar os alimentos, carne, peixe… Se nos nossos dias encaramos o sal como um alimento perfeitamente comum, tão comum que a generalidade das pessoas nem lhe dá a mínima importância (a não ser para dizer que a comida está salgada ou sem sal), as coisas nem sempre foram assim…
O uso do sal ao longo dos tempos e culturas
Na Antiguidade, era oferecido aos deuses, era usado pelos sacerdotes tanto em liturgias religiosas como em cerimónias mágicas, como para afastar os demónios. Os assírios utilizavam-no nos cultos religiosos. No antigo Egipto, o sal foi considerado matéria sagrada e era usado como produto sagrado, sendo feitas oferendas de sal aos Deuses; os egípcios usavam igualmente o sal para desidratar e embalsamar o corpo dos faraós. Já os romanos consideravam o sal um símbolo de sabedoria, e por isso usavam-no num ritual aos recém-nascidos: derramavam sal sobre eles para que não lhes faltasse a sabedoria.
Os Romanos e os Gregos nos seus sacrifícios aos deuses do lar, deitavam Sal na cabeça do animal, para o purificar. Para eles o sal simbolizava igualmente a destruição e a infertilidade, daí a pratica dos romanos espalharem sal nas terras conquistadas: para elas se tornarem estéreis para sempre. Era um sinal de perpétua desolação. Os Romanos tinham uma expressão para exprimir a infidelidade a uma amizade que era “trair a promessa e o sal”. Assim desde aqueles tempos a ausência de um saleiro sobre a mesa representava um presságio, tanto quanto o sal derramado.
Da prática ritualista destes povos, bem como do povo hebreu, de salgar os sacrifícios oferecidos aos Deuses, nasce uma superstição muito comum na Antiguidade. Se o sal era derrubado na hora do sacrifício, prenunciava má sorte.
Para os hebreus, o sal era um elemento purificador. O sal sempre teve um grande simbolismo, sendo o símbolo da perenidade da aliança entre Deus e o povo de Israel e no cristianismo, mantem-se a crença judaica do sal como purificador, assim no ritual de baptismo era colocado sal nos lábios dos recém-nascidos.
Na Idade Média, os alquimistas usavam o sal como elemento entre o mercúrio e o enxofre, sendo essencial à transmutação de metais. O sal continuava a ser indispensável para afastar os maus espíritos, os demónios e as bruxas. Assim, deitava-se sal na chaminé da casa para impedir os demónios de nela entrarem. E o facto de alguém comer alimentos sem sal era considerado altamente suspeito…
Proliferaram igualmente as superstições relativas ao sal, mantendo-se a superstição de que desperdiçar sal era mau agouro, era sinal de malefício. Nesta época, o Sal separava senhores e servos, os que tinham dinheiro e os que não tinham. Na obra de Leonardo da Vinci (1452-1519), “A última ceia” retrata um saleiro derrubado diante de Judas e apontando na sua direcção. Já naquela época se dizia, que alguém que entornasse sal deveria pegar nalgum do que foi derramado e lançá-lo para trás do ombro esquerdo, lado que representava o mal.
Os árabes citam recomendações de Maomé para: “começar pelo sal e terminar com o sal; porque o sal cura numerosos males”.
O sal na bíblia
Na Bíblia, as primeiras referências ao sal estão no Antigo Testamento, no Livro de Jó, com data estimada de 300 anos aC., sendo que o menciona com frequência, seja no contexto prático da vida, seja simbolicamente (significa nomeadamente pureza, incorruptibilidade, fidelidade). Em contrapartida no Novo Testamento a referência ao sal torna-se metafórica. No sermão da Montanha, Jesus diz aos apóstolos “vós sois o sal da terra”. Os Livros de Mateus e Marcos fazem alusão ao sal como dádiva da terra.
O Sal nas culturas místicas
O sal foi e tem sido usado no esoterismo e bruxaria para afastar as energias más e/ou os maus espíritos.
No sec. XVI, o sal foi abolido por Lutero no ritual de baptismo da religião protestante. No entanto, o uso do sal perdurou no baptizado católico até 1973 sendo usado na liturgia religiosa dos baptizados de forma a simbolizar a expulsão do demónio (purificação), e igualmente o sinal de sabedoria sobre o recém-nascido. Ainda hoje, na Páscoa Judaica, no Pessach, as batatas e os ovos cozidos são regados com água salgada. Tal simboliza as lágrimas derramadas pelos judeus na travessia do deserto, durante a fuga do Egito.
Para os gregos, hebreus e árabes o sal é considerado o símbolo da amizade e hospitalidade, sendo que na Arábia comer sal acompanhado é considerado uma acção sagrada e no médio oriente acredita-se que quando duas pessoas comem sal juntas, formam um vínculo. Por isso, usa-se sal para selar um contrato com regularidade.
Em Marrocos deita-se sal nos lugares escuros para espantar os maus espíritos. Em Laos e Sião, as mulheres grávidas lavam-se diariamente com água e Sal, para proteger-se contra as maldições. Nos países Nórdicos, coloca-se Sal junto ao berço das crianças, para as proteger. No Havai, a pessoa que volta de um funeral polvilha sal sobre si mesma, para garantir que maus espíritos que rondassem o defunto não a acompanhem em casa.
No Japão, o sal “shio” é considerado um purificador. Os Japoneses têm a seguinte lenda: o grande Kami Izanakino-Mikoto, desejou que sua mulher fosse levada para um lugar distante, sentindo a falta dela e arrependido por ter feito aquele pedido, foi purificar-se nas águas do mar. Os japoneses têm o costume de deitar sal na soleira da porta de suas casas depois de alguém não desejado ter saído. Os lutadores de sumo, para a luta ser leal, deitam sal no ringue. Também se espalha sal no palco antes de uma apresentação para evitar que os maus espíritos roguem pragas sobre os actores.
Vemos portanto que o sal é amplamente utilizado no esoterismo, em vários rituais de magia, em terapias energéticas, em rituais religiosos e sempre com uma função purificadora, seja ele usado sozinho seja em conjunto com outros produtos.